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O interesse por ESG no Brasil tem crescido exponencialmente, impulsionado por uma crescente consciência sobre a importância de práticas sustentáveis e de governança robusta. Desde antes da pandemia de COVID-19, já havia um foco significativo em investimentos ESG, mas a crise global acelerou essa tendência, destacando ainda mais a necessidade de uma abordagem integrada que considera os riscos ambientais, sociais e de governança. Neste contexto, corporações e instituições financeiras brasileiras estão se adaptando e evoluindo para atender às novas demandas do mercado e da sociedade, de forma a se tornarem empresas ESG.
Neste artigo, destacaremos exemplos de empresas brasileiras que se destacam no cumprimento dos princípios ESG (Environmental, Social and Governance – Ambiental, Social e Governança).
ESG no Brasil: Uma Visão Geral
Os pilares do ESG — ambiental, social e de governança — têm se consolidado como fundamentais para a gestão empresarial moderna. No Brasil, embora a governança corporativa tenha sido discutida desde os anos 90, as questões de direitos humanos e ambientais começaram a ganhar destaque mais recentemente. Este atraso na discussão torna a implementação do ESG ainda mais desafiadora, porém crucial para o desenvolvimento sustentável do país.
Desafios na Implementação do ESG no Brasil
Implementar ESG no Brasil não é uma tarefa simples. As empresas enfrentam desafios significativos, incluindo a falta de padronização das métricas ESG, a necessidade de mudança cultural dentro das organizações e a resistência de investidores que ainda não compreendem plenamente os benefícios a longo prazo dessas práticas. Além disso, a complexidade das questões ambientais e de direitos humanos adiciona uma camada extra de dificuldade.
Benefícios do ESG para Empresas e Investidores
Os benefícios da adoção de práticas ESG são amplos e variados. Para as empresas, esses benefícios incluem uma melhor gestão de riscos, maior eficiência operacional e uma reputação corporativa mais sólida. Para os investidores, as empresas que adotam ESG tendem a oferecer retornos mais consistentes e a longo prazo, além de reduzir os riscos associados a práticas insustentáveis.
Exemplos de empresas ESG
O ESG é uma abordagem que busca avaliar o desempenho das empresas em questões ambientais, sociais e de governança. A seguir, veremos como algumas empresas têm incorporado práticas sustentáveis, responsabilidade social e boas práticas de governança em suas operações, tornando-se referências no cenário empresarial brasileiro.
1. Natura &Co
A Natura &Co é um exemplo emblemático de empresa ESG no Brasil. Ela é reconhecida mundialmente por sua abordagem sustentável e responsável. A empresa adota práticas de sourcing sustentável, promove a conservação da biodiversidade, apoia comunidades locais e investe em iniciativas de inclusão social. Além disso, a Natura &Co é membro do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da B3, evidenciando seu compromisso com a governança corporativa.
2. Banco do Brasil
O Banco do Brasil é um dos principais bancos do país e tem sido um exemplo de empresa ESG. A instituição estabeleceu práticas sustentáveis, como o financiamento de projetos de energia renovável e a promoção do crédito para iniciativas socioambientais. Além disso, o banco tem implementado medidas de governança corporativa, como a criação de comitês específicos para a gestão de riscos socioambientais e a divulgação de relatórios de sustentabilidade.
3. Nubank
A Nubank, fintech brasileira de destaque, tem se destacado como uma empresa ESG. Além de oferecer serviços financeiros acessíveis e inclusivos, a empresa busca minimizar seu impacto ambiental, adotando práticas de sustentabilidade, como a neutralização de carbono. A Nubank também promove uma cultura inclusiva e diversa, implementando políticas de igualdade de gênero e oportunidades para seus colaboradores.
4. Vale
A Vale, uma das maiores empresas de mineração do mundo, tem buscado uma transformação em suas práticas ESG. Após o trágico rompimento da barragem de Brumadinho em 2019, a empresa passou a adotar medidas mais rigorosas de segurança e gestão ambiental. A Vale está investindo em tecnologias mais sustentáveis e em ações de reparação socioambiental nas áreas afetadas, demonstrando um compromisso em melhorar suas práticas e promover a sustentabilidade.
5. Itaú Unibanco
Uma das maiores instituições financeiras do Brasil, o Itaú Unibanco tem priorizado a sustentabilidade em suas operações. A empresa está comprometida em financiar projetos sustentáveis, promover a inclusão financeira e adotar medidas para reduzir sua pegada de carbono. Além disso, o banco tem ações voltadas para a diversidade e inclusão, buscando garantir igualdade de oportunidades para seus colaboradores.
6. Ambev
A Ambev, uma das maiores cervejarias do mundo, é reconhecida por suas práticas ESG. A empresa tem se empenhado em reduzir o consumo de água em suas operações, buscar fontes renováveis de energia e investir em projetos de reciclagem e logística reversa. A Ambev também tem programas de responsabilidade social, atuando em projetos de desenvolvimento comunitário e educação.
7. Klabin
A Klabin, empresa líder no setor de papel e celulose, tem adotado práticas sustentáveis em sua cadeia de valor. A empresa tem compromissos ambientais ambiciosos, buscando a redução de emissões de gases de efeito estufa e a preservação de áreas florestais. Além disso, a Klabin tem ações sociais voltadas para as comunidades próximas de suas operações e adota boas práticas de governança corporativa.
8. Banco Santander Brasil
O Banco Santander Brasil tem se destacado por suas iniciativas ESG. A instituição financeira tem investido em projetos sociais e ambientais, contribuindo para o desenvolvimento sustentável do país. Além disso, o banco está comprometido com a transparência e a prestação de contas, divulgando relatórios de sustentabilidade e metas ambientais.
9. Suzano
A Suzano é uma das maiores produtoras de celulose e papel do mundo e tem se comprometido com práticas ESG em sua cadeia de valor. A empresa adota medidas para a conservação da biodiversidade, promove o reflorestamento e busca reduzir a intensidade de carbono em suas operações. Além disso, a Suzano mantém programas sociais que contribuem para o desenvolvimento sustentável das comunidades em torno de suas áreas de atuação.
Considerações finais
Esses exemplos de empresas ESG no Brasil, como a Natura &Co, Banco do Brasil, Nubank e Vale, representam organizações que têm se destacado na incorporação de práticas sustentáveis, responsabilidade social e governança corporativa em suas operações. Essas empresas estão indo além do mero cumprimento de obrigações legais, buscando ser agentes de mudança positiva em suas indústrias e na sociedade em geral. Ao adotar o ESG, essas empresas não apenas fortalecem sua reputação e atraem investidores, mas também contribuem para um futuro mais sustentável, equitativo e ético. Eles servem como inspiração para outras empresas que desejam adotar práticas semelhantes e serem líderes na busca por um mundo melhor.
A adoção de práticas ESG no Brasil está em um ponto de inflexão. À medida que mais empresas e instituições financeiras reconhecem os benefícios de integrar fatores ambientais, sociais e de governança em suas estratégias, o mercado como um todo se move em direção a um futuro mais sustentável e resiliente. No entanto, a jornada está apenas começando, e será necessário um esforço coletivo para superar os desafios e realizar plenamente o potencial do ESG.
Em última análise, o ESG não é apenas uma tendência passageira, mas uma mudança fundamental na forma como as empresas operam e criam valor. Com um foco renovado em sustentabilidade e governança, o Brasil tem a oportunidade de liderar pelo exemplo e inspirar outras nações a seguirem o mesmo caminho. A próxima década será crucial para definir o sucesso dessas iniciativas e garantir um futuro próspero para as próximas gerações.
Fernanda de Carvalho é Engenheira Florestal formada pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) e Mestre em Ambiente, Sociedade e Desenvolvimento pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Também estudou na Technische Universität München, Alemanha, onde cursou disciplinas do Mestrado em Manejo de Recursos Sustentáveis com ênfase em Silvicultura e Manejo de Vida Selvagem. Dedicou parte da sua carreira a projetos de Educação Ambiental e pesquisas relacionadas à Celulose e Papel. Trabalhou com Restauração Florestal e Formação Ambiental na Suzano S/A e como Consultora de Comunicação da Ocyan S/A. É conhecida no setor florestal pelos artigos publicados nos blogs Mata Nativa e Manda lá Ciência.