Comitê do Parlamento Europeu propõe cortes ainda mais profundos em leis de relatórios de sustentabilidade

O Comitê de Assuntos Econômicos e Monetários (ECON) do Parlamento Europeu propôs cortes ainda mais drásticos do que os previstos pela Comissão Europeia no pacote “Omnibus” sobre as exigências de relatórios e diligência devida em sustentabilidade. As propostas estão em um relatório preliminar de emendas.

O documento amplia significativamente o número de empresas que ficariam isentas das obrigações estabelecidas por diretrizes como a CSRD (Diretiva de Relatórios de Sustentabilidade Corporativa) e a CSDDD (Diretiva de Diligência Devida em Sustentabilidade Corporativa), indo além das mudanças já anunciadas no pacote Omnibus I, divulgado em fevereiro pela Comissão Europeia.

O que muda?

Entre os principais pontos:

  • CSRD e CSDDD: o número de empresas obrigadas a relatar informações de sustentabilidade seria ainda mais reduzido. O corte proposto pelo Omnibus previa que apenas empresas com mais de 1.000 funcionários e faturamento superior a €50 milhões estariam sujeitas às regras. Agora, o novo texto propõe elevar esse limite para 3.000 funcionários e €450 milhões em receitas anuais, o que retiraria uma parcela ainda maior das empresas da regulamentação.
  • Limite de dados exigidos: o número de pontos obrigatórios de dados exigidos nos relatórios também seria reduzido. O comitê sugere limitar os dados obrigatórios do padrão europeu ESRS a 100 pontos, e os voluntários a 50 pontos.
  • Transição climática: o relatório também propõe eliminar a exigência de que as empresas incluam planos de transição climática na CSDDD, alegando que essa obrigação já está prevista na CSRD.

Debate em aberto

As propostas evidenciam o impasse dentro do Parlamento Europeu em relação ao pacote Omnibus. Desde março, os debates indicam a falta de consenso: há parlamentares que defendem a revogação completa da CSRD e da CSDDD, enquanto outros resistem às reduções nas exigências.

A justificativa oficial do comitê ECON para as emendas é o desejo de simplificação e redução da carga regulatória para as empresas da UE. No entanto, críticos alertam para os riscos de um retrocesso no compromisso com a transparência e responsabilidade corporativa em questões ambientais, sociais e de governança.

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