[PARA APRENDER] Os impactos das mudanças climáticas e a gestão de riscos nas organizações

A mudança climática é considerada o maior risco sistêmico da atualidade. Isso porque seus efeitos se estendem por todos os setores, geografias e populações. Trata-se de um fenômeno irreversível, não linear e de alcance global. Não estamos lidando com uma crise localizada ou pontual, mas com uma transformação profunda no equilíbrio do planeta, que impacta diretamente a economia, a saúde pública, a segurança alimentar e a estabilidade política.

O maior desafio é que o risco climático é sem precedentes. Ele não pode ser analisado apenas com base em dados passados, pois envolve eventos futuros com alta incerteza. Existe uma certeza desconcertante: algum impacto virá — seja por falha em reduzir emissões (riscos físicos), seja pelas mudanças estruturais necessárias para uma economia de baixo carbono (riscos de transição).

Toda organização precisa incorporar os riscos climáticos em sua gestão de riscos corporativos. Isso significa integrar esses riscos em áreas como:

A administração de riscos climáticos exige planejamento estratégico, ferramentas de análise de cenários e, principalmente, uma cultura organizacional voltada à sustentabilidade.

Um modelo eficiente de gestão climática segue cinco passos:

A análise de cenários ajuda a visualizar como diferentes trajetórias climáticas podem afetar uma empresa. Desde flutuações nos preços do carbono até alterações drásticas na demanda por produtos, esse tipo de análise serve para:

Começar com perguntas simples é a chave:

O que acontece com meu negócio se a temperatura global subir 2 °C?
E se o preço do carbono dobrar nos próximos 10 anos?

A ciência é clara: o que fizermos nos próximos 3 a 5 anos será determinante para limitar os impactos das mudanças climáticas. As decisões corporativas tomadas hoje definirão o risco financeiro e operacional de amanhã. Adiar ações significativas significa maior custo futuro, perda de ativos, reputação e valor de mercado.

O conselho de administração precisa estar diretamente envolvido. Não se trata apenas de responsabilidade socioambiental, mas de dever fiduciário. Ignorar o risco climático pode representar omissão na governança corporativa.

Profissionais de risco devem liderar esse movimento, promovendo capacitação interna e desenvolvendo taxonomias comuns sobre clima, integrando esse tema em relatórios e na estratégia da organização.

A mudança climática não é apenas uma questão ambiental — é uma questão financeira, econômica e estratégica. Empresas resilientes e líderes em suas áreas já estão tratando o clima como parte central da tomada de decisões.

Aqueles que ignorarem esse chamado correm o risco de ficar para trás em um novo mundo em transformação.

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