Na 16ª Conferência das Partes (COP16), realizada em Cali, na Colômbia, representantes de diversos países, incluindo Brasil, Reino Unido e Colômbia, reafirmaram seu compromisso com a proteção da biodiversidade ao assinarem a Declaração de Cali. Composta por 18 pontos, a declaração enfatiza a necessidade de implementação efetiva do Marco Global de Biodiversidade Kunming-Montreal, incluindo a criação de políticas robustas, o fortalecimento dos marcos legislativos e o aumento do financiamento para conservação e monitoramento ambiental.
A Declaração de Cali estabelece quatro metas principais a serem atingidas até 2050, com foco na preservação dos ecossistemas e espécies: interromper a extinção de espécies devido à ação humana, promover o uso sustentável da biodiversidade, assegurar a partilha justa dos benefícios gerados pela biodiversidade e reduzir o déficit de financiamento da biodiversidade, estimado em US$ 700 bilhões anuais.
Susana Muhamad, Ministra do Meio Ambiente da Colômbia e presidenta da COP16, reforçou a importância de buscar “paz com a natureza” como um passo essencial para a segurança e estabilidade globais. Em sua declaração, ela destacou a responsabilidade de expandir as ações globais de preservação e de convocar outros países para apoiar essas metas.
Parlamentares amazônicos também entregaram uma carta à ministra, solicitando que a declaração final da COP16 inclua um apelo para que países da região amazônica reduzam gradualmente o uso de combustíveis fósseis. O documento, assinado por parlamentares de Brasil, Colômbia, Equador, Bolívia, Venezuela e Canadá, argumenta que a exploração de petróleo, gás e carvão impacta negativamente a biodiversidade e agrava a crise climática, ameaçando ecossistemas essenciais, como o bioma Amazônico.
Essa iniciativa, liderada pelo Comitê da Rede de “Parlamentares por um Futuro Livre de Combustíveis Fósseis”, busca fortalecer o vínculo entre a luta contra a mudança climática e a conservação da biodiversidade, ressaltando que a proteção do meio ambiente é fundamental para garantir o futuro das próximas gerações e a saúde do planeta.
Fernanda de Carvalho é Engenheira Florestal formada pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) e Mestre em Ambiente, Sociedade e Desenvolvimento pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Também estudou na Technische Universität München, Alemanha, onde cursou disciplinas do Mestrado em Manejo de Recursos Sustentáveis com ênfase em Silvicultura e Manejo de Vida Selvagem. Dedicou parte da sua carreira a projetos de Educação Ambiental e pesquisas relacionadas à Celulose e Papel. Trabalhou com Restauração Florestal e Formação Ambiental na Suzano S/A e como Consultora de Comunicação da Ocyan S/A. É conhecida no setor florestal pelos artigos publicados nos blogs Mata Nativa e Manda lá Ciência.