Nos últimos anos, as preocupações com as mudanças climáticas têm alcançado um novo patamar de urgência e gravidade. A Organização das Nações Unidas (ONU), uma das principais instituições globais em busca de soluções para desafios planetários, expressou uma alarmante avaliação do estado atual do clima. O secretário-geral da ONU, António Guterres, emitiu um alerta contundente: o planeta não está mais simplesmente enfrentando o “aquecimento global”, mas sim adentrando um cenário que ele descreve como “ebulição global”.
As palavras de Guterres encapsulam uma mudança na percepção das ameaças climáticas. O termo “aquecimento global”, que por anos descreveu o aumento gradual das temperaturas em escala global, pode não transmitir a urgência necessária para despertar ações drásticas e imediatas. O uso de “ebulição global”, por outro lado, traz à tona imagens mais inquietantes e imediatas – uma metáfora que sugere um estado crítico no qual o planeta está à beira de mudanças irreversíveis e catastróficas.
António Guterres destacou que o ritmo acelerado do aumento das temperaturas está levando a uma série de eventos climáticos extremos, como ondas de calor intensas, secas prolongadas, tempestades devastadoras e o derretimento acelerado das calotas polares. Esses fenômenos não apenas ameaçam ecossistemas frágeis e comunidades em todo o mundo, mas também têm implicações significativas para a economia global, segurança alimentar e estabilidade social.
As palavras do secretário-geral da ONU refletem a necessidade de uma abordagem global e coordenada para lidar com as mudanças climáticas. Ele apelou aos líderes mundiais, à sociedade civil e ao setor privado para adotarem medidas urgentes e ambiciosas para conter o avanço das emissões de gases de efeito estufa, promover a transição para fontes de energia renovável e adotar práticas sustentáveis em todos os setores.
A avaliação da ONU sobre o estado atual do clima é um chamado à ação. Ela enfatiza que não estamos enfrentando apenas um desafio futuro, mas sim uma crise presente que exige respostas imediatas. A transição para um cenário de “ebulição global” pode ser evitada, mas requer um compromisso global sem precedentes. As medidas tomadas agora, tanto em nível individual quanto coletivo, moldarão o destino do nosso planeta e determinarão se conseguiremos conter a aceleração das mudanças climáticas e preservar um ambiente seguro e sustentável para as gerações futuras.
O que é Ebulição Global?
O termo “ebulição global” não é um conceito científico formal ou uma definição amplamente reconhecida em contextos climáticos. No entanto, parece ser uma metáfora usada pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, para enfatizar a urgência e a gravidade das mudanças climáticas em curso.
A metáfora da “ebulição global” sugere uma situação em que as condições climáticas estão atingindo um ponto crítico, onde os efeitos das mudanças climáticas estão se tornando mais extremos e irreversíveis. Assim como a água em uma panela que está prestes a entrar em ebulição, as temperaturas e os eventos climáticos estão se intensificando a ponto de causar danos significativos aos ecossistemas, comunidades e sistemas naturais.
O uso dessa metáfora destaca a preocupação de que as mudanças climáticas podem estar avançando mais rapidamente do que se pensava anteriormente, com consequências graves para o planeta e para a humanidade. A ideia é transmitir a mensagem de que a situação exige ação imediata e decisiva para evitar o pior cenário possível.
No entanto, é importante notar que o termo “ebulição global” não é uma descrição científica precisa das mudanças climáticas, mas sim uma expressão retórica para chamar a atenção para a urgência de lidar com as questões climáticas de maneira mais vigorosa e abrangente.
Como o ESG pode contribuir no combate ao Aquecimento Global?
O ESG (Environmental, Social, Governance) é um conjunto de critérios que busca avaliar o desempenho e a responsabilidade das empresas em três áreas principais: ambiental, social e governança. No contexto das preocupações com o aquecimento global, o componente ambiental do ESG desempenha um papel crucial em ajudar a abordar essa questão premente. Aqui estão algumas maneiras pelas quais o ESG pode contribuir para combater o aquecimento global:
1. Redução das Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE): As empresas podem adotar práticas sustentáveis para minimizar suas emissões de gases de efeito estufa, como a transição para fontes de energia renovável, o aumento da eficiência energética, o investimento em tecnologias de baixo carbono e a otimização de processos industriais. Isso não apenas ajuda a mitigar o aquecimento global, mas também pode resultar em economias de custos e em uma reputação positiva.
2. Adaptação e Resiliência: As empresas podem adotar estratégias para se adaptar às mudanças climáticas e melhorar sua resiliência. Isso pode incluir a avaliação de riscos climáticos, o desenvolvimento de planos de contingência para eventos climáticos extremos e a consideração de fatores climáticos ao planejar investimentos e projetos de longo prazo.
3. Investimento em Inovação Verde: O ESG pode incentivar as empresas a investirem em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias verdes e soluções inovadoras que contribuam para a redução das emissões e a mitigação do aquecimento global. Isso pode incluir áreas como energia renovável, armazenamento de energia, mobilidade sustentável e agricultura de baixo carbono.
4. Promoção da Sustentabilidade na Cadeia de Suprimentos: As empresas podem aplicar critérios ESG aos seus fornecedores e parceiros de negócios, incentivando práticas sustentáveis em toda a cadeia de suprimentos. Isso não apenas amplia o impacto positivo, mas também estimula a adoção de medidas para reduzir as emissões e a pegada ambiental em toda a rede.
5. Relatórios Transparentes e Comunicação Eficaz: A divulgação transparente e precisa das práticas ambientais, metas e resultados é fundamental. A comunicação eficaz com investidores, clientes e partes interessadas sobre os esforços para combater o aquecimento global demonstra compromisso e cria uma cultura de responsabilidade.
6. Influência em Políticas Públicas: Empresas engajadas em práticas de ESG podem ter um impacto positivo nas políticas públicas relacionadas ao aquecimento global. Ao demonstrar a viabilidade de soluções sustentáveis e apoiar regulamentações mais rigorosas em relação às emissões, as empresas podem desempenhar um papel ativo na mitigação do aquecimento global.
Em resumo, o ESG oferece um quadro estratégico para empresas adotarem práticas mais sustentáveis que, por sua vez, podem contribuir significativamente para a redução das emissões de gases de efeito estufa e a mitigação do aquecimento global. Ao considerar cuidadosamente os aspectos ambientais em suas operações e decisões, as empresas podem desempenhar um papel importante na construção de um futuro mais resiliente e sustentável para todos.
Fernanda de Carvalho é Engenheira Florestal formada pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) e Mestre em Ambiente, Sociedade e Desenvolvimento pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Também estudou na Technische Universität München, Alemanha, onde cursou disciplinas do Mestrado em Manejo de Recursos Sustentáveis com ênfase em Silvicultura e Manejo de Vida Selvagem. Dedicou parte da sua carreira a projetos de Educação Ambiental e pesquisas relacionadas à Celulose e Papel. Trabalhou com Restauração Florestal e Formação Ambiental na Suzano S/A e como Consultora de Comunicação da Ocyan S/A. É conhecida no setor florestal pelos artigos publicados nos blogs Mata Nativa e Manda lá Ciência.